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Câmara de Vereadores de Passo Fundo/RS

NOTÍCIA

HISTÓRIA

Prestes Guimarães foi figura importante para o município e Rio Grande do Sul

Na edição desta semana da série “Revivendo Passo Fundo”, o personagem abordado é o professor, advogado, ex-vereador presidente da Câmara Municipal e ex-deputado estadual Antônio Ferreira Prestes Guimarães. Ele também atuou no comando da Guarda nacional da região, Juiz de Paz, foi governador interino e foi ativo personagem na Revolução Federalista ocorrida entre 1893 e 1895.

Antônio Ferreira Prestes Guimarães é nascido em Passo Fundo no dia 13 de julho de 1837, sendo filho de José Prestes Guimarães e Maria do Nascimento Rocha. Sobre sua família, vale mencionar que seu avô paterno era o capitão Manoel José das Neves, que chegara na cidade dez anos antes.

Após efetuar seus estudos, logo passou a exercer o magistério no município, até passar a praticar a advocacia, tendo aberto a primeira banca desta área em Passo Fundo aos seus 27 anos de idade, em 1864. Ao mesmo tempo, ele já exercia a função de secretário do Comando da Guarda Nacional, sendo conduzido à suplência de delegado policial no ano seguinte.

Entre 1870 e 1873, Prestes Guimarães foi suplente de juiz municipal, além de ser conduzido ao posto de Capitão da Guarda Municipal. Durante essa década, ainda atuou como Juiz de Paz e se integrou à vida pública de Passo Fundo, além de ser figura presente nos acontecimentos em nível estadual. Sua primeira função na Câmara Municipal foi de secretário. Nesse período, fez valer sua condição de professor e, segundo os registros, enviou um relatório à presidência da Assembleia Provincial (nome dado à Assembleia Legislativa à época), enfatizando seu lamento quanto ao atraso da instrução pública em Passo Fundo, sugerindo solução e solicitando providências.

Prestes Guimarães teve seu empenho reconhecido, sendo eleito para o Parlamento de Passo Fundo no pleito de 1882. Ele foi presidente da Câmara Municipal entre 1883 e 1886. Como ainda era o período monárquico no Brasil, a presidência da Câmara correspondia à condição de chefe do Executivo, sendo ele a autoridade máxima no município.

Após cumprir seu mandato a frente da Câmara Municipal, lançou-se ao pleito estadual sendo eleito deputado provincial nas legislaturas de 1885, 1887 e 1889. Nesse último ano, em específico, Prestes Guimarães foi nomeado um dos vice-presidentes do Rio Grande do Sul, chegando a exercer a presidência do Estado entre os dias 25 de junho e 8 de julho.

Ele concorreu novamente às eleições provinciais em 1891, mas não obteve êxito também devido ao fato de o sistema eleitoral permitir que somente os candidatos da situação, no caso do Partido Republicano Rio-Grandense, concorressem. Prestes Guimarães era filiado ao Partido Liberal, ou seja, era considerado oposição. Logo depois, o então presidente da província Júlio de Castilhos foi deposto, e em novembro desse mesmo ano Guimarães retorna ao comando de Passo Fundo e se torna personagem ativo da Revolução Federalista a partir de 1893.

Entre 1893 e 1895, Prestes Guimarães atuou no comando do exército maragato na região serrana, sendo um dos principais adversários do sistema implantado pelo então líder republicano, Júlio de Castilhos, no Estado. Em Passo Fundo, seu principal opositor era o líder do Partido Republicano, Coronel Gervásio Annes. Durante a luta armada, ele assumiu o comando da 1ª Divisão do Exército Libertador, participando da conhecida batalha do Pulador e da ocupação de Alegrete.

Em 1895 foi estabelecida a trégua e, posteriormente, o fim dos conflitos armados no Rio Grande do Sul. Ainda durante as lutas civis, Prestes Guimarães se exilou no Uruguai e, após o término dos confrontos, residiu na Argentina. Ele ainda foi considerado responsável por levar a Revolução Federalista para a região oeste do Paraná.

Anos após seu exílio, Prestes Guimarães retorna a Passo Fundo, onde retoma seus trabalhos na advocacia. Segundo registros, ele seguiu sendo marcado de perto por adversários políticos por ter assumido a chefia do Partido Federalista. Vindo de uma família de origem pobre, não conseguiu grande mudança em seu panorama social, mesmo exercendo sua profissão. Ele faleceu em sua terra natal no dia 19 de setembro de 1911, aos 74 anos de idade.

Como homenagens póstumas, uma rua da cidade e uma escola estadual de ensino médio levam seu nome, além de um busto erguido na Avenida Brasil, m frente a residência onde morava. Ele foi sepultado no cemitério municipal da Vera Cruz.

Arte: Comunicação / CMPF