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Câmara de Vereadores de Passo Fundo/RS

NOTÍCIA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Em audiência na Câmara, pais cobram atenção à monitoria nas escolas

A monitoria às crianças com deficiência na rede municipal de ensino foi o assunto motivador da Audiência Pública promovida pela Câmara de Vereadores de Passo Fundo, no início da noite de quarta-feira (03). O encontro foi sugerido pela Mesa Diretora da Casa, por iniciativa da vereadora Janaína Portella (MDB), que o presidiu.

O assunto já havia sido debatido recentemente na Câmara, em reunião da Comissão de Cidadania, Cultura e Direitos Humanos (CCCDH) com pais de crianças com deficiência, que solicitaram apoio na busca por melhorias no atendimento nas instituições públicas do município, após dois casos de crianças autistas que deixaram suas escolas sem autorização.

Com essa realidade, ressaltou o presidente da Câmara de Vereadores, Saul Spinelli (PSB), o Parlamento se dispõe a ouvir, articular e cobrar dos entes responsáveis soluções às demandas apontadas pela população. “Me manifesto com muito respeito a todos que trabalham na Secretaria de Educação, mas é um assunto que já deveria estar resolvido, pois é um problema recorrente. Vejo a necessidade de dar atenção à qualificação e à remuneração dos monitores, dada a responsabilidade que assumirão nas escolas. O atendimento às crianças deve ser prioridade da gestão pública”, enfatizou, ao abrir a audiência.

Ampla participação

O evento, sediado no Plenário Sete de Agosto, contou com ampla participação da comunidade, sobretudo, de mães, pais e avós de autistas. Dentre os que se manifestaram, Francesca Laricci - mãe de uma criança autista que recentemente saiu da escola sem autorização – cobrou ações para que isso não volte a ocorrer na rede pública. “Quero ter a segurança de deixar a minha filha na escola e buscar ela novamente. A gente precisa de ajuda!”, clamou, ao questionar, também, a remuneração ofertada pelo Município aos monitores, o que, no seu entendimento, é baixa e impacta no sistema de ensino. “Queremos o básico bem feito, é só isso!”, pediu Maria Passos, também mãe de uma criança com autismo.

Em nome da Associação Passo-Fundense de Cegos (Apace), Everton Sousa, considerou que os profissionais designados para monitoria não devem atuar apenas como cuidadores, “deixando de lado, assim, a questão social, cultural e pedagógica dos alunos”, atentou.

Já o representante da Associação dos Amigos dos Autistas de Passo Fundo (AUMA), Emerson Drebes, chamou atenção à falta de monitores, sobretudo, em determinados períodos do ano letivo. “Precisamos de uma política pública que viabilize a manutenção desse profissional desde o inicio até o fim do ano. Muitas vezes, nós, pais, somos os olhos e ouvidos dos nossos filhos, e todos queremos qualidade de vida pra eles”, expressou, ao defender a construção conjunta de propostas, envolvendo órgãos públicos, associações e os pais.

Secretaria de Educação responde

Presente na audiência, o secretário municipal de Educação, Adriano Canabarro Teixeira, pontuou que a demanda dos pais é “absolutamente legítima”, e garantiu avanços na área ainda neste ano, incluindo a contratação de mais profissionais. “A educação está sendo tratada com muita seriedade pela gestão, mas, obviamente, temos um conjunto de trâmites internos que impedem que sejamos mais ágeis”, justificou. Ao citar a elaboração de um decreto a ser construído com o envolvimento de entidades, órgãos públicos e comunidade - para normatizar as questões relacionadas ao atendimento “de crianças incluídas” - anunciou a abertura de um processo licitatório para a contratação de 400 monitores, com carga de 40 horas de trabalho.

Por fim, a vereadora Janaína Portella registrou a relevância da pauta, que, conforme recordou, vem sendo acompanhada desde o início da Legislatura. “Me solidarizo imensamente com todas as mães, por isso propus esta audiência. As crianças precisam de uma atenção especial, num processo de aprendizagem diferenciado e ‘incluído’. Essa Casa Legislativa tem o compromisso de construir junto com o Executivo, Judiciário e comunidade escolar uma proposta para que Passo Fundo se eleve neste assunto”, conclamou.

Além do secretário e da vereadora, a mesa oficial da Audiência Pública foi composta também pela responsável pelo Núcleo de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação, Daniela Brun, e pela defensora pública, Anelise Sturm. O evento foi acompanhado, ainda, por vereadores e representantes de entidades e sindicatos.

Fotos: Comunicação Digital/CMPF